
Magnésio: motor da produtividade e longevidade dos canaviais
O magnésio é essencial para elevar o ATR, prolongar a longevidade dos canaviais e reduzir custos operacionais com mais produtividade.
A aplicação estratégica de magnésio na fase de cana-soca tem se consolidado como uma prática essencial para elevar o ATR, prolongar a longevidade dos canaviais e reduzir custos operacionais. Mais do que um nutriente coadjuvante, o magnésio vem assumindo papel de protagonista na agenda técnica das usinas que buscam eficiência e sustentabilidade produtiva.
Magnésio na cana: solução para mais ciclos e menor custo por tonelada
Na busca por elevar a produtividade e a qualidade da cana-de-açúcar, o manejo nutricional adequado é um dos pilares mais importantes. Dentro desse contexto, o magnésio se destaca pela amplitude de funções metabólicas que exerce na planta e pelos impactos diretos que gera na rentabilidade da lavoura.
Presente no centro da molécula de clorofila, o Mg é protagonista nos processos de fotossíntese, ativação enzimática e transporte de carboidratos das folhas para os colmos, etapas fundamentais para o acúmulo de sacarose e o aumento da produtividade.
A deficiência de magnésio provoca enfraquecimento radicular, redução do potencial produtivo e maior vulnerabilidade a estresses ambientais, comprometendo o desempenho do canavial ao longo dos cortes.
Da cana-planta à cana-soca: versatilidade e retorno econômico
Em plantios novos, a adubação magnesiana favorece o arranque inicial e o vigor da lavoura. Já na cana-soca, o magnésio atua na revitalização do sistema radicular e na sustentação da longevidade do canavial.
Durante a fase da soqueira, o sistema radicular já está formado, mas frequentemente está subexplorado nutricionalmente. O fornecimento adequado de magnésio nessa etapa proporciona resposta imediata em produtividade e contribui para adiar reformas, reduzir custos de preparo de solo e aumentar o número de cortes produtivos por ciclo, um benefício direto para a eficiência operacional das usinas.
Muito além da clorofila: o papel do magnésio nas raízes
O magnésio exerce papel determinante no crescimento e aprofundamento radicular, ampliando a exploração do perfil do solo, melhorando a absorção de água e nutrientes e conferindo maior tolerância ao déficit hídrico.
Cana com raízes vigorosas apresenta maior estabilidade, menor perda por tombamento e melhor aproveitamento dos recursos do solo, resultando em ciclos mais produtivos e sustentáveis. Assim, o magnésio complementa o papel do cálcio, atuando de forma integrada na estruturação e funcionamento das raízes.
Evolução técnica e novas fontes de magnésio
Nos últimos anos, a comunidade científica tem demonstrado crescente interesse pelo comportamento do magnésio no solo. Estudos recentes indicam que o magnésio presente no calcário dolomítico nem sempre está disponível para atender à demanda imediata das plantas, especialmente em sistemas de alta produtividade.
Diante disso, o uso de óxidos de magnésio, em substituição parcial às fontes carbonatadas, tem se mostrado uma alternativa mais eficiente do ponto de vista nutricional. Esses materiais apresentam maior reatividade, liberação gradual e duradoura do nutriente, e melhor disponibilidade na rizosfera.
Consenso técnico: o magnésio na agricultura moderna
Durante o II Magnesium Day, realizado em abril de 2024 em Uberlândia (MG), pesquisadores renomados reforçaram a importância do magnésio no manejo das culturas tropicais.
O Prof. Dr. Godofredo César Vitti, um dos maiores especialistas em nutrição mineral do país, destacou que fontes solúveis de magnésio são fundamentais para culturas de alto rendimento, como a cana-de-açúcar, especialmente na soqueira. O Prof. Dr. Ismail Cakmak complementou que o magnésio tem papel essencial na fotossíntese, desintoxicação de radicais livres e melhoria do sistema radicular. Já o Prof. Dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol ressaltou que a aplicação estratégica do elemento eleva a síntese de sacarose, aumenta a tolerância ao estresse hídrico e intensifica a atividade das enzimas antioxidantes.
O consenso entre os especialistas é claro: o manejo adequado do magnésio é fator-chave para alcançar altas produtividades e sustentabilidade agronômica, e o calcário, por si só, não substitui as fontes solúveis do nutriente.
Recomendação técnica: uso de óxidos refinados de cálcio e magnésio
Embora o magnésio seja reconhecido como um dos pilares da produtividade, ainda é comum vê-lo subestimado no planejamento nutricional dos canaviais. Em um cenário de busca contínua por eficiência, ignorar o magnésio pode comprometer o desempenho e elevar custos desnecessários.
O uso de óxidos refinados de cálcio e magnésio tem demonstrado alta eficiência na liberação e absorção radicular, especialmente em áreas de soqueira, onde a incorporação do insumo é limitada. Esses materiais proporcionam nutrição mais uniforme, reação rápida no solo e resposta consistente da planta.
Entre os produtos disponíveis no mercado, o OxiFlux, desenvolvido pela Caltec, apresenta 20% a mais de magnésio em relação a outros óxidos, destacando-se pela granulometria refinada e elevada disponibilidade do nutriente, características que o tornam uma ferramenta eficiente para a nutrição equilibrada e a longevidade do canavial.
Conclusão
O magnésio deixou de ser um nutriente secundário para se tornar um elemento estratégico na construção de canaviais longevos, produtivos e resilientes.
Seu papel vai muito além da clorofila: atua no sistema radicular, na eficiência fotossintética e na estabilidade metabólica da planta.
Integrar fontes de magnésio solúvel ao manejo, especialmente nas fases de soqueira, é uma prática que alia ciência, eficiência e sustentabilidade — pilares indispensáveis para o futuro da canavicultura moderna.
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