Estudos do IAC comprovam ganhos com óxidos refinados na cana-soca
Pesquisa do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em parceria com a Caltec mostra aumento de 24,5% na produtividade da cana-soca com o uso de óxidos refinados de cálcio e magnésio, além de melhorias radiculares e maior tolerância à seca.
Pesquisa conduzida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) comprovou que o uso de óxidos refinados de cálcio e magnésio eleva a produtividade e a longevidade do canavial, aprimora a nutrição, o crescimento radicular e a resistência à seca.
O cenário atual: avanços tecnológicos e desafios nutricionais
O manejo da cana-de-açúcar evoluiu intensamente nas últimas décadas, impulsionado por tecnologias que otimizam o desempenho e a sustentabilidade dos canaviais. A colheita mecanizada, por exemplo, trouxe benefícios como o aumento da matéria orgânica gerado pela palhada. A redução do tráfego no canavial reduziu o pisoteio do solo e o uso da vinhaça passou a representar ganhos econômicos importantes.
No entanto, quando se trata da nutrição da cana-soca, ainda persistem práticas convencionais que privilegiam apenas alguns nutrientes como nitrogênio e potássio, deixando em segundo plano outros que são essenciais como fósforo, cálcio e magnésio. Essa negligência nutricional compromete diretamente a produtividade das soqueiras e reduz a longevidade dos canaviais, resultando em custos de reforma, que são até quatro vezes maiores do que os de manutenção.
O papel do cálcio e magnésio no manejo da soqueira
A aplicação de cálcio e magnésio é frequentemente realizada no preparo do solo, antes do plantio, ou em raras ocasiões em cortes mais avançados, uma prática que desperdiça o potencial produtivo das áreas, haja vista que a nutrição com Ca e Mg potencializa a soqueira e aumenta a longevidade do canavial. Na maioria dos casos, os canaviais recebem esses nutrientes apenas duas vezes durante todo o ciclo, deixando lacunas nutricionais nas fases mais críticas, como a da cana-soca.
Quando manejados de forma integrada, esses nutrientes fortalecem o sistema radicular, aumentam a absorção de água e nutrientes e elevam o desempenho da planta em condições de estresse hídrico.
Resultados do estudo conduzido pelo IAC
O experimento feito pelo IAC comprova o impacto do manejo nutricional com óxido de cálcio e magnésio, em segundo corte de soqueira, comparando uma área sem adição de óxidos versus área com óxido refinado OxiFlux, aplicado na faixa da cana.
Os resultados foram expressivos:
A produtividade aumentou 24,5% com o uso do OxiFlux refinado, passando de 99,7 t/ha para 124,5 t/ha. Esse rendimento superou, inclusive, o de muitos canaviais de primeiro corte.
As análises foliares também mostraram aumento, sendo 14% nos teores de magnésio e 26% nos de cálcio, confirmando o melhor estado nutricional das plantas tratadas.
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Fonte: Relatório IAC
Crescimento radicular e tolerância à seca
Um dos diferenciais do estudo foi a análise do sistema radicular, conduzida em profundidade a cada 10 cm até os 60 cm. Em todas as camadas, o uso do óxido refinado resultou em maior densidade e profundidade de raízes, comprovando o impacto direto do magnésio e do cálcio sobre o desenvolvimento subterrâneo da planta.
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Fonte: Relatório IAC
Esse resultado é especialmente relevante sob condições de poucas chuvas, uma vez que raízes mais profundas permitem maior exploração do perfil do solo e melhor tolerância ao déficit de água. A expectativa é que esses benefícios se mantenham nos cortes seguintes, prolongando a vida útil do canavial e reduzindo a necessidade de reformas precoces.
Eficiência do óxido refinado: o fator granulometria
Um dos fatores do ótimo desempenho agronômico do óxido de cálcio e magnésio na soqueira está ligado à granulometria e fluidez do produto. Em áreas com palhada, óxidos com partículas grandes ou pouco fluídas tendem a ficar retidos na superfície, sofrendo recarbonatação e perdendo efeito agronômico antes de alcançar o solo.
No experimento do IAC, foram avaliadas três formulações de óxidos: refinado, granulado e farelado. Apenas o óxido refinado apresentou ganhos significativos de produtividade, comprovando a importância da tecnologia de refino e fluidez no desempenho do insumo.
A tecnologia Flux, desenvolvida pela Caltec, garante essa granulometria otimizada, o que explica a eficiência superior do OxiFlux refinado nas condições de soqueira.
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Fonte: Relatório IAC
Sustentabilidade e ganhos econômicos
Além dos benefícios agronômicos, o uso de óxidos refinados contribui para práticas agrícolas mais sustentáveis. O fortalecimento do sistema radicular e o aumento da absorção de nutrientes favorecem a fixação de carbono no solo, melhoram a estrutura física e reduzem a necessidade de insumos adicionais.
Do ponto de vista econômico, o impacto é igualmente positivo:
- As doses recomendadas são menores, otimizando custos;
- O ganho de produtividade compensa o investimento;
E, em algumas situações, a substituição do calcário pelo OxiFlux refinado pode gerar créditos de CBIOs, neutralizando parte dos custos da aplicação.
Conclusão
Os resultados do estudo realizado pelo IAC reforçam que a nutrição estratégica com óxidos de cálcio e magnésio em soqueira é um pilar essencial para a longevidade, sustentabilidade e maior rentabilidade dos canaviais.
Trata-se de um investimento tecnológico que redefine o padrão de eficiência na nutrição da cana-de-açúcar, integrando ciência, produtividade e sustentabilidade para o futuro do setor sucroenergético.
Você pode conferir o estudo na íntegra aqui.
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