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Magnésio reativo via Sistema Hidratec Clarisina como diretriz de mitigação das incrustações em evaporadores
Magnésio reativo via Sistema Hidratec Clarisina como diretriz de mitigação das incrustações em evaporadores
03 Dez 2025

Magnésio reativo via Sistema Hidratec Clarisina como diretriz de mitigação das incrustações em evaporadores

O magnésio reativo via Sistema Hidratec Clarisina reduz incrustação em evaporadores, melhora a eficiência térmica e reduz custo operacional nas usinas de cana.

Estimativas globais indicam que as perdas anuais relacionadas a incrustações em evaporadores ultrapassam US$ 26 bilhões, considerando impactos como menor eficiência térmica, paradas não programadas e elevação do consumo de vapor. Embora inevitável em algum grau, sua formação pode ser significativamente reduzida por meio de controle adequado do processo, manutenção eficiente e uso das tecnologias corretas.

1. Por que se preocupar com incrustações?

O acúmulo de material nos tubos dos evaporadores gera uma série de problemas que comprometem o desempenho industrial. Entre os principais impactos estão:

  • Baixa eficiência de evaporação, devido ao isolamento térmico causado pelo depósito;
  • Maior consumo de vapor, elevando custos de operação;
  • Brix baixo na saída e redução da vazão de caldo, prejudicando a estabilidade e produtividade da planta;
  • Paradas frequentes para limpeza, diminuindo a disponibilidade da planta e a duração da campanha;
  • Riscos à segurança operacional, associados a superaquecimento, perda de controle do processo e maior exposição do time operacional ao espaço insalubre; 
  • Aumento no consumo de insumos, como soda cáustica, ácidos e produtos anti-incrustantes, utilizados para facilitar a remoção das incrustações;
  • Degradação da sacarose, pois inconstâncias no processo resultam em condições subótimas que promovem a hidrólise da sacarose em glicose e frutose (açúcares redutores), causando dificuldades na cristalização do açúcar, redução no rendimento produtivo do açúcar, formação de cor indesejada, aumento de impurezas e elevação nos custos de produção.

2. Mecanismos de formação de incrustações

As incrustações podem surgir por diferentes mecanismos, que variam de acordo com as características do caldo, das condições operacionais e da etapa do processo. Entre os principais, destacam-se:

  • Biológico – colonização de microrganismos e deposição de material orgânico;
  • Corrosão – desprendimento de partículas metálicas geradas por desgaste de equipamentos expostos ao meio ácido;
  • Solidificação – solidificação de substâncias presentes naturalmente no caldo;
  • Por partículas – deposição de partículas em suspensão, especialmente quando a floculação é deficiente;
  • Químico – polimerização de compostos orgânicos;
  • Precipitação – formação de sais insolúveis quando o limite de solubilidade é atingido, destaque para o Cálcio (Ca), responsável pela formação de alguns sais insolúveis ou com baixa solubilidade como, Carbonato de Cálcio CaCO₃, Sulfato de Cálcio CaSO₄, Fosfato de Cálcio Ca₃(PO₄)₂, Oxalato de Cálcio CaC2O4, entre outros.

A literatura técnica East (2013) aponta que esses mecanismos se manifestam de maneira distinta ao longo dos efeitos da evaporação, influenciando características como porosidade, composição cristalina e aderência dos depósitos.

3. Diferenças entre os efeitos de evaporação

Nos primeiros efeitos, a formação de incrustações ocorre principalmente por partículas e por precipitação, resultando em camadas mais porosas e de menor aderência. Já nos últimos efeitos, os mecanismos predominantes incluem precipitação intensa e polimerização, gerando incrustações mais cristalinas e de difícil remoção.

Essas diferenças também definem o tipo de limpeza mais adequado:

  • Primeiros efeitos: limpeza mecânica ou ácida, que remove depósitos de partículas e sais menos aderidos;
  • Últimos efeitos: limpeza alcalina ou mecânica, visando dissolver compostos orgânicos polimerizados e estruturas cristalinas complexas.

Fatores adicionais influenciam diretamente a severidade da incrustação:

  • Baixa concentração de P₂O₅ no caldo;
  • pH inadequado na decantação (tanto baixo por excesso de fosfato quanto alto por excesso de cal);
  • Presença de CaSO₄ devido a problemas de sulfitação;
  • Cana imatura, com maior teor de oxalato, aconitato e compostos derivados de adubação com alto teor de potássio;
  • Uso exclusivo de fontes de caleagem com cálcio;

Brix elevado e temperaturas muito baixas nos efeitos.

4. Fatores operacionais que influenciam a incrustação

Além das características químicas do caldo da cana, diversos fatores operacionais são determinantes para a formação de incrustações:

Nível de caldo

Deve permanecer sempre em 1/3 da altura dos tubos.

  • Nível baixo: risco de fervura localizada e deposição acelerada;
  • Nível alto: redução da taxa de evaporação e menor transferência de calor.

Limpeza dos equipamentos

Superfícies com alta rugosidade, resultante de limpezas inadequadas, favorecem a aderência dos depósitos e aceleram o processo de incrustação.

Velocidade de circulação do caldo

Fluxos insuficientes promovem sedimentação, principalmente nos estágios iniciais.

Formação de bolhas e temperatura

Variações abruptas de temperatura e pressão alteram o regime de ebulição, contribuindo para depósitos irregulares.

Controle de pH e Brix

O pH em cada efeito deve ser monitorado rigorosamente para evitar precipitações indesejadas.
O Brix elevado, quando não compatível com as condições operacionais, intensifica a formação de cristais.

5. Benefícios do uso do Magnésio Reativo via Sistema Hidratec Clarisina (SHC) como fonte alternativa para redução no índice e dureza das incrustações

O uso de magnésio reativo via Sistema Hidratec Clarisina, apresenta uma série de efeitos positivos sobre a redução da incrustação em evaporadores. Entre os principais benefícios observados estão:

  • Menor incrustação nos efeitos da evaporação;
  • Formação de sais mais solúveis, como sulfitos e fosfatos de magnésio;
  • Redução da precipitação de oxalato e aconitato;
  • Melhoria da estabilidade do pH na clarificação, evitando dosagens excessivas de leite;
  • Incrustações mais fáceis de remover, reduzindo o tempo de limpeza e aumentando a disponibilidade do equipamento;
  • Menor índice de incrustação, reduzindo ou eliminando a necessidade de fervura de soda, ácidos e anti-incrustantes. 

Esses fatores, resultado do uso do magnésio reativo via Sistema Hidrate Clarisina, contribuem para maior eficiência no processo de evaporação e menor desgaste operacional ao longo da campanha, além de diminuir o risco da exposição dos operadores ao espaço confinado e insalubre. 

A incrustação em evaporadores é um processo complexo e multifatorial que impacta diretamente a eficiência térmica, o consumo energético e a competitividade industrial do setor sucroenergético. A compreensão detalhada de seus mecanismos, desde a formação inicial dos núcleos até o crescimento das camadas depositadas ao longo dos múltiplos efeitos de evaporação, é fundamental para orientar estratégias robustas de prevenção e manejo.

A adoção de práticas operacionais consistentes, como o controle rigoroso de pH, o uso de Magnésio Reativo via Sistema Hidratec Clarisina (SHC), a manutenção sistemática dos equipamentos, o monitoramento contínuo do Brix e a gestão adequada do nível de caldo, constitui um conjunto decisivo de ações para mitigar a deposição de sólidos. Essas medidas reduzem custos operacionais, elevam o desempenho global do processo e prolongam a vida útil dos evaporadores, resultando em ciclos produtivos mais estáveis e eficientes.

Referências Bibliográficas

EAST, Christopher P.; FELLOWS, Christopher M.; DOHERTY, William O. S. Scale in Sugar Juice Evaporators: Types, Cases, and Prevention2013.